Por Fábio Sormani

A primeira etapa da travessia do Santos rumo aos 43 pontos foi cumprida: goleou o Juventude na Vila Belmiro por 4-1 na noite desta segunda-feira (10/10) e chegou aos 40 pontos. Com mais três a equipe atinge os 43 mencionados e, segundo minhas projeções (clique aqui), não cai. Não é preciso chegar aos 45.

Com a goleada, o Santos abriu dez pontos em relação ao Z4, uma vez que o Atlético não passou de um empate em Goiânia contra o líder Palmeiras em 1-1 e chegou a 29 pontos. O Cuiabá abre o Z4 com 30.

O Santos tem mais sete jogos até o fim da competição. Deste septeto de partidas, três delas serão na Vila (Corinthians, Avaí e Fortaleza) e quatro fora (Red Bull, Flamengo, Atlético-GO e Botafogo). Precisa de apenas uma vitória para bater nos 43 pontos.

Obviamente que esses três pontos têm que ser conquistados diante do Avaí, um time tão frágil quanto o Juventude, vice-lanterna deste Brasileirão com apenas uma vitória e três empates obtidos longe de Santa Catarina.

A vitória diante do Avaí é, pois, o complemento da travessia final do caminho do Santos para se manter na Série A e evitar o inédito e vergonhoso rebaixamento.

O que vier além de se manter na Série A será bônus. O Santos (leia-se Andrés Rueda, presidente do clube) fez tudo errado este ano — repetindo o que fez no ano passado. Segue envergonhando os torcedores, que compareceram em número razoável na Vila Belmiro para ver os 4-1. Foram 9.171 pagantes, proporcionando ridículos R$ 360.712,50. Como competir sem dinheiro? Barueri é logo ali, presidente Rueda.

Os santistas mais entusiasmados esfregam as mãos sonhando mais alto. Sul-americana? Quem sabe. Libertadores? Melhor não ir porque pode manchar a linda história que o Santos construiu no exterior quando Pelé desfilava em campo com sua camisa 10.

O Santos, hoje, não tem time para jogar a Libertadores. Amanhã? Acho difícil, pois o que o Santos arrecada por temporada é constrangedor (Barueri é logo ali, presidente Rueda).

Sobre esse tema falarei mais para frente.

O jogo

Os 4-1 foram construídos no segundo tempo. O primeiro não passou de razoável. Mas no segundo…

No segundo, o time deslanchou e fez o 1-0 da etapa inicial se transformar nos 4-1 finais. Lucas Braga foi o grande destaque do jogo. Menções também para Ângelo e Marcos Leonardo. E o pessoal que veio do banco não decepcionou.

Ah, mas foi contra o Juventude. Sim, foi contra o Juventude, mas quando se pega times assim tem que fazer o que foi feito: goleou.

Isso dá moral para a equipe para o seguimento do campeonato.

Segunda-feira que vem (17/10) o adversário é o Red Bull, em Bragança Paulista. Se você não sabe, desde que o Bragantino se transformou em Red Bull, o único time grande que ele não conseguiu vencer foi o Santos.

Por que não sonhar com mais uma vitória?

Atuações

João Paulo — Não teve culpa no gol. De resto, viu em campo a goleada santista. Nota 5.
Auro — Saiu no intervalo, lesionado. Ninguém sentiu sua falta. Nota 3.
Luís Felipe — Um gigante na zaga. Não perdeu nenhuma disputa. Nota 7,5.
Bauermann — No mesmo nível do companheiro. Nota 7,5.
Felipe Jonatan — Tem jogado bem ultimamente. Nota 6.
Fernandez — Incansável protetor da zaga. E ainda encontra tempo para atacar. Nota 7,5.
Sanchez — Deixou a desejar na marcação, mas, convenhamos, ele nunca foi um segundo volante. Saiu também no intervalo. Nota 5,5.
Ângelo — Ganha confiança à medida que o tempo passa. E, com ela, produz mais. Ótima assistência para o quarto gol. Nota 7.
Lucas Barbosa — Correu demais, produziu de menos. Ainda está à procura da estabilidade e da confiança que farão seu futebol crescer. Nota 5.
Marcos Leonardo — Fez um gol muito bonito. Foi importante fazê-lo para tirar a uruca do jogo passado. Nota 7.
Lucas Braga — O melhor jogador da partida. Dois gols e um jogo vertical que desarrumou muitas vezes a zaga adversária. Nota 8.
Madson — De cabeça fez seu terceiro gol neste Brasileiro. Não teve trabalho para marcar quem caiu pelo seu lado. Nota 6,5.
Sandry — Fechou o setor onde Sanchez jogava e evitou que o Juventude se criasse por ali. E ainda distribuiu bem o jogo. Parece estar recuperando seu futebol. Nota 6,5.
Edcarlos — Deu uma assistência primorosa para Marcos Leonardo. Sua movimentação me surpreendeu positivamente. Nota 6,5.
Camacho — Jogou apenas 14 minutos e não teve que fazer nada demais. Nota 5.
Miguelito — Os mesmos 14 minutos de Camacho, mas bagunçou o jogo quando pegou a bola. Caiu nas graças da torcida. Nota 7.