Marcos Leonardo e Ângelo poderiam render mais se não tivessem pulado etapas no Santos

Por Fábio Sormani

Terça-feira passada (11/10) eu fui ao programa do Neto, os Donos da Bola, na Band. Como convidado, o que me deixou muito orgulhoso. Afinal Neto é um amigo de longa data e um ex-jogador de primeiríssima linha, que deveria ter disputado a Copa de 90, mas Sebastião Lazaroni não entendeu assim, o que foi uma pena e uma perda para a nossa seleção.

Gentil, Neto começou o programa falando do Santos, time pelo qual eu torço. Seguindo em sua gentileza para comigo, ele passou a elogiar Marcos Leonardo e Ângelo. Fiz coro com ele, mas de maneira discreta, pois não queria discutir com meu amigo, que tão carinhoso e solidário estava sendo comigo.

O que quero dizer é: Marcos Leonardo e Ângelo têm muito chão pela frente para serem considerados jogadores promissores. Pularam etapas, o que é muito ruim para qualquer jogador da base — a menos que eles sejam gênios, como Neymar, mas os dois não são.

Marcos Leonardo, depois de quase dois anos de experiência no time de cima, quando teve participações bem discretas (foram 12 gols em 62 jogos), ele, neste ano de 2022, começa a dar sinais de que pode render muito mais do que rendeu quando subiu.

Nesta temporada são 50 jogos com 19 gols e quatro assistências. Dá sinais claros de evolução. Marcos Leonardo, o Léo, como internamente é chamado, tem só 19 anos e, fazendo as contas, vemos que ele subiu para o profissional com apenas 17 anos.

Ângelo vai fazer 18 anos no dia 21 de dezembro próximo. Subiu para o time de cima com 15 anos. Não é gênio; por isso, não deveria ter sido promovido. Mas como no Santos atual não há qualquer critério para o lançamento de jogadores, Ângelo queimou importantes etapas da base para jogar com os marmanjos dos profissional.

E o resultado é que, até o momento, ele pouco fez. Em 90 partidas no time principal, tem míseros dois gols e sete assistências.

Para um atacante (mesmo que de beirada) é muito pouco. Ângelo mesmo cobra-se pela falta de gols. Na Vila Belmiro, por exemplo, ele nunca marcou!

Atacante vive de gol. Atacante de beirada vive de gols e assistências. Assistências Ângelo as tem dado (e mostra ótima visão de jogo neste fundamento), mas gols… gols ele não faz. Precisa ter mais apetite.

Marcos Leonardo precisou de duas temporadas para começar a dar o ar da graça. Ângelo ainda não conseguiu desabrochar, embora tenha o mesmo tempo no time de cima que Marcos Leonardo. No entanto, é um ano mais novo e jogou na base menos tempo e menos jogos do que o atual camisa 9 santista. Na base, Ângelo atuou em apenas 73 partidas (66 pelo Santos e sete pela seleção brasileira), com um total de 12 gols e 26 assistências.

Por que estou dizendo tudo isso? Porque temos que ter calma com esses dois garotos. São gênios? Não são. São novos raios? Nem de longe, pois trafegam em céu de brigadeiro. Não podem ser cobrados como tal e nem podem ser encarados como solução dos problemas de um time problemático porque é muitíssimo mal dirigido pelo presidente Andrés Rueda.

No sub-17 do Santos tem um menino, um centroavante, de nome Deivid. Pelo que a gente vê, ele tem mais potencial do que Marcos Leonardo e Ângelo. O moleque é um fazedor de gols de primeira linha. E tem habilidade, coisa que Léo não tem.

Espero que haja paciência com ele, para evitarmos que no futuro ele (Deivid) seja rotulado como mais um menino comum da Vila, o que, neste momento (é bom frisar), eu vejo em Marcos Leonardo e Ângelo.

Ângelo e Marcos Leonardo comemoram gol contra Juventude. Foto: Ivan Storti/Santos FC

4 respostas para “Marcos Leonardo e Ângelo poderiam render mais se não tivessem pulado etapas no Santos”

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