Por Fábio Sormani

Os matemáticos falam em 45 pontos para se livrar realmente da ameaça do rebaixamento. É o tal do número mágico. Mas, pelas minhas projeções (leia aqui), com 43 pontos o Santos se livra, pois os times que estão abaixo se pegam e têm jogos difíceis pela frente.

E os 43 pontos foram atingidos na vitória sobre o Bragantino na noite desta segunda-feira (17/10) por 2-0, fora de casa. Com ela, como disse no título deste texto, creio que dá até para se pensar em Libertadores.

O Santos tem uma tabela não digo acessível, mas mais confortável do que os times que estão abaixo dele na classificação. Pega em casa Corinthians, Avaí e Fortaleza; fora enfrenta Flamengo, Atlético-GO e Botafogo.

Cá entre nós, dá para fazer uns onze pontos: vitórias diante de Avaí, Fortaleza e Botafogo e empates frente a Corinthians e Atlético-GO. Chegaria a 54 pontos.

Ano passado, o Fluminense somou 54 pontos ao final do Brasileiro e o América, 53. Ambos se classificaram para a fase inicial da competição sul-americana. Ou seja: se chegar a essa pontuação, dá para pensar em Libertadores.

O que uma vitória não faz.

Tabu

Essas contas só estão sendo feitas porque o time venceu o Red Bull por 2-0. Com o triunfo, diga-se, o Santos mantém o tabu de jamais ter perdido para o time de Bragança Paulista desde que ele se transformou em clube empresa. Aliás, o Santos é o único time grande que nunca perdeu para o Red Bull: duas vitórias e seis empates.

A vitória teve um quê de insólito, pois os tentos foram anotados por Camacho e Ângelo, dois jogadores que não fazem gols. Camacho marcou pela primeira vez com a camisa do Santos depois de quatorze meses no clube ou, se preferir, 74 jogos. Ângelo anotou seu primeiro gol neste Brasileiro; no ano são apenas três, e ele é atacante, ao contrário de Camacho, que é volante.

“Eu sempre me cobro (por não fazer gols), pois sei que atacante vive de gols”, disse Ângelo ao final da partida em entrevista ao SporTV. E prometeu que em breve fará seu primeiro gol na Vila Belmiro. Sim: Ângelo nunca marcou um gol na Vila Belmiro.

Tomara que seja o desabrochar do garoto. Ângelo fará 18 anos no final deste ano e pulou etapas, pois no Santos não há planejamento algum (leia aqui).

Amadurecendo e ganhando confiança, ele pode se tornar peça importante na construção de vitórias e, com isso, ajudar a na reconstrução deste que é um time que está na lona por conta de administrações predatórias ao longo de sua história.

Atuações

João Paulo — Nenhuma defesa excepcional. Nota 6.
Nathan — Saiu ainda no primeiro tempo e, até então, nada fazia. Nota 3.
Luís Felipe — Um errinho ou outro, mas nada comprometedor. Nota 6.
Bauermann — Dá segurança para quem depende de seu trabalho. Nota 7,5.
Felipe Jonatan — Não sofreu com Arthur. Nota 6.
Camacho — Fez o gol que abriu o caminho para a vitória e ajudou na proteção à zaga. Nota 7,5.
Fernandez — Precisa se controlar um pouco para evitar cartões bobos, como o tomado no segundo tempo. Mas dá muita segurança para o setor defensivo. Nota 7.
Edcarlos — Desaparecido em campo. Nota 3.
Ângelo — À exceção do gol (que selou a vitória, é bom que se diga), não fez absolutamente nada. Pelo tento marcado sua avaliação, obviamente, cresce. Nota 6.
Marcos Leonardo — Saiu machucado por conta de uma entrada desleal do zagueiro Nathan do Red Bull. Enquanto esteve em campo, mal pegou na bola. Nota 4.
Lucas Braga — O mais lúcido atacante do time. Deu a assistência para o gol do Camacho. Foi substituído inexplicavelmente. Nota 7.
Madson — O passe que deu para Ângelo fazer o segundo gol foi um primor. Nota 6.
Sandry — Parece ter recuperado seu futebol. Nota 6.
Lucas Barbosa — Um guerreiro incansável. Nota 6.
Zanocelo — Entrou para ajudar na marcação. E o fez. Nota 6.