Por Fábio Sormani
Há uma grita por parte dos flamenguistas em função do adiamento do jogo Goiás x Corinthians, que deveria ter sido realizado sábado passado (15/10) em Goiânia. Segundo os cariocas, o adiamento irá beneficiar os paulistas na decisão da Copa do Brasil nesta quarta-feira (19/10), uma vez no que sábado o Flamengo entrou em campo (com reservas, é bom que se diga) para enfrentar o Atlético-MG.
O Campeonato Brasileiro, ou melhor, o futebol brasileiro é todo desigual. Times jogam com reservas, depois com titulares, ora com times mistos, não entram em campo no mesmo horário quando deveriam etc. Tudo por conta de competições simultâneas que disputam. E seus adversários, dependendo da situação, podem se beneficiar, em detrimento dos adversários do adversário citado. E ninguém fala nada.
Então, reclamar do adiamento do jogo Goiás x Corinthians, dizer que isso vai beneficiar os paulistas diante do Flamengo na decisão da Copa do Brasil, isso é olhar para o micro quando deveria-se olhar para o macro.
Se o futebol brasileiro fosse equânime, onde desigualdades não ocorressem, um caso desses deveria ser discutido aos brados, eu concordo. Mas não há igualdade. Tudo é desigual, desde a distribuição de rendas, jogos transmitidos pela televisão e premiações, por exemplo.
Discutir este episódio do adiamento do jogo do Corinthians é tratar dor de dente com analgésico. Dente doente requer tratamento invasivo.
O futebol brasileiro vive de analgésicos e ninguém liga, porque normalmente os times da elite dificilmente são prejudicados e a grande mídia, de um modo geral, só se incomoda quando um ricaço é prejudicado.
O futebol brasileiro está doente há tempos, mas olha-se para o moribundo neste momento porque o coração dói.