Por Fábio Sormani

A CBF pode ter tomado do Santos R$ 19,4 milhões por conta dos danos causados pela arbitragem nas derrotas para Corinthians (22/10) e Flamengo (25/10). Esse dinheiro é a soma das premiações que a Conmebol oferece aos participantes da Libertadores e que a própria CBF oferta aos componentes do Campeonato Brasileiro levando-se em conta o posicionamento final na tabela de classificação.

Disputar a Libertadores era um sonho santista, mas que agora dificilmente vai se transformar em realidade por causa dos prejuízos ao time nos dois jogos mencionados acima. Da fase inicial até a fase de grupos — o que o time sempre conseguiu em toda a sua história — o Santos garantiria R$ 12,7 milhões.

No Brasileiro, o Santos encontra-se neste momento na 12ª posição. Terminar o campeonato aí significa um prêmio de R$ 18 milhões. Mas digamos que, com os pontos sonegados nesses dois jogos, o Santos pudesse acabar duas posições, acima, na 10ª. Quem acaba a competição neste lugar amealha R$ 24,7 milhões. A diferença é de R$ 6,7 milhões.

Somando essas duas premiações, que dificilmente virão por conta do que aconteceu na Vila Belmiro e na Maracanã, o Santos deixará de adicionar ao seu cofre R$ 19,4 milhões.

O Santos foi derrotado pelo Corinthians (leia aqui) por 1-0, na Vila Belmiro, por causa da equivocada decisão do árbitro Flavio Rodrigues de Souza que expulsou Lucas Barbosa com o segundo amarelo num lance onde o jogador santista nem sequer tocou no goleiro corintiano Cássio. Como foi um lance de cartão amarelo, o VAR não pode corrigir o erro do árbitro Flavio Rodrigues de Souza.

Ontem, no Maracanã, o árbitro André Luiz de Freitas Castro ignorou um pênalti claríssimo de Matheusinho em Camacho, estando ele, André Luiz, a oito metros do lance (conforme relatou a televisão), sem ter a visão atrapalhada por nenhum jogador. Pior: o árbitro do VAR, Adriano Milczvski, reviu a jogada e entendeu que o equívoco de André Luiz de Freitas Castro não era um equívoco — o que acabou sendo um equívoco; no caso, duplo. Pior ainda: na sequência do lance o Flamengo fez 1-0.

O Santos é um time pobre dentro do seleto grupo dos grandes do futebol brasileiro. Depende muito dessas cotas para sua sobrevivência. Tirar-lhe esse dinheiro é como tirar um prato de comida de quem está com fome e precisa comer.

O que aconteceu sábado passado contra o Corinthians e nesta terça-feira diante do Flamengo foi vergonhoso. Árbitros que apitam na principal série do futebol brasileiro não podem cometer equívocos dessa natureza. Embora não sejam oficialmente, na prática são profissionais. E a profissionalização de qualquer carreira dá-se através de estudos.

Estudaram? Sim, estudaram. Compreendem as regras do jogo? Sim, compreendem. O que aconteceu então? Vocês me digam, pois eu não consigo encontrar respostas para esses dois crimes cometidos contra o Santos num espaço de apenas três dias.

Isso causa trauma. Na alma, no coração e no bolso.

Uma vergonha.