Santos, sempre Santos…

Por Fábio Sormani

A gente se anima, tenta animar o torcedor, mas, de fato, esse time é desanimador. O São Paulo apanhou no Maracanã (3-1 para o Fluminense) e se o Santos tivesse vencido o rebaixado Avaí em Barueri, estaria a dois pontos da oitava posição, que dá vaga à Libertadores do ano que vem.

Mas não; o time desperdiçou ótima oportunidade para vencer e não passou de um empate melancólico contra os catarinense neste sábado (5/11) em 1-1.

O Santos deu até a impressão de que venceria. Logo de cara fez 1-0 de pênalti (Marcos Leonardo) e seguiu dono da bola por mais uns 20 minutos. Depois… bem, depois foi uma vergonha só. Não conseguiu mais controlar o jogo e foi controlado por um time de Série B.

O técnico Orlando Ribeiro tem muita culpa nesse cartório. Afinal, é ele quem treina (sic) esse time, quem escala e quem modifica durante a partida.

Quanto a treinar, ele deve até treinar, mas é a mesma coisa que eu ser convocado para treinar um time de futebol durante uma semana. Eu não sei dar treinos. Para dar treinos é preciso conhecer o jogo profundamente, entender a metodologia dos treinamentos. Eu não tenho esse conhecimento. E acho que o Orlando Ribeiro também não tem, pois o time fica nas mãos dele e não apresenta nada, absolutamente nada. Parece um bando em campo tocando a bola sem qualquer jogada de aproximação seja em qual parte do campo for. Quem pega a bola a recebe em passes de média e longa distância e ninguém, absolutamente ninguém encosta para servir de opção de passe. Um horror.

Quanto a escalar, primeiro que ele inverteu a posição de Bauermann e Luís Felipe. Já foi assim em Goiânia contra o Atlético. Repetiu-se hoje. Felipe sempre jogou pela direita e Bauermann sempre foi o quarto-zagueiro. O gol do Avaí (Luís Felipe contra) saiu de erros santistas, dentre eles o de posicionamento de Bauermann. Será que não é por que ele jogou num setor que não é o dele? Depois, Orlando escala o time com Bruninho, um jogador que estava esquecido no elenco, quando poderia ter colocado Rwan Seco na posição, que aliás, é a posição dele; ou seja, ele seria um meia mais ofensivo e poderia encostar mais em Marcos Leonardo. Por falar nisso, você sabe quantos chutes ML deu a gol à exceção do pênalti? NENHUM! Claro, a bola não chega para ele (que pouco se mexe, é verdade) e quem poderia levar a bola até ele (Bruninho) jogou praticamente alinhado com os dois volantes. Rwan, por característica, poderia perfeitamente fazer esse papel e ser o par que ML tanto precisa.

Quanto a mudar, Orlando mostrou-se mais uma vez um técnico completamente sem imaginação, burocrático. Quando deveria ter deixado o time com apenas um volante, tirou o estabanado e amarelado Rodrigo Fernandez e colocou Sandry. Depois sacou o sonolento Bruninho para colocar o dorminhoco Luan. E Rwan continuou no banco. Só foi substituir Camacho e colocar Rwan quando faltavam 16 minutos para o fim do tempo regulamentar. Enfim, técnico fraco, mais um componente da raquítica escola de treinadores brasileiros.

Por fim, a torcida: 18.686 torcedores estiveram na Arena Barueri para ver um jogo que poderia começar a encaminhar o Santos para a Libertadores do ano que vem. Parabéns a quem foi à Arena Barueri. E minha indignação a quem poderia ter ido e não foi. Jogo a toalha. Não defenderei mais jogos em São Paulo. Torcida daqui é tão omissa qto a de lá. Aliás, sempre foi assim, desde a época do Pelé.

Atuações

João Paulo — Sem culpa no gol e ainda fez uma grande defesa no primeiro tempo. Nota 6.
Madson — Vacilou no gol do Avaí. Nota 0,5.
Bauermann — Também. Nota 0,5.
Luís Felipe — Fez contra o gol do Avaí. Nota 0,5.
Felipe Jonatan — Saiu lesionado no primeiro tempo, mas não tinha feito nada. Nota 2,5.
Fernandez — Estabanado, faltoso, comprometeu o time com sua insegurança. Nota 1,5.
Camacho — Nulo. Nota 0,5.
Bruninho — Desperdiçou a oportunidade dada. Nota 0,5.
Ângelo — Nulo. Nota 0,5.
Marcos Leonardo — Fez o gol de pênalti, de resto, assistiu o jogo dentro do campo. Nota 3,5.
Lucas Braga — Uma preguiça só. Nota 0,5.
Lucas Pires — Esforçado, mas pra ser jogador é preciso ter outros atributos. Nota 1,5.
Lucas Barbosa — Apanha da bola quase sempre, mas tem uma disposição que os demais deveriam ter. Nota 2,5.
Sandry — Fez o que pode e o que pode fazer foi muito pouco. Nota 2,5.
Luan — Daqui dois jogos ele não estará mais no Santos. Nota 0,5.
Rwan Seco — Se apresentou, chutou a gol, se enrolou com a bola, acertou alguma coisa, mas longe do jogador que eu imagino que ele possa ser. Nota 2.

Marcos Leonardo comemora o gol. Foto: Ivan Storti/Santos FC

4 respostas para “Santos, sempre Santos…”

  1. Olha, realmente uma tristeza assistir esse “time” Mas realmente fico na dúvida, se não foi melhor assim. Pois, caso viesse essa classificação para a pré libertadores, com certeza iríamos correr risco de rebaixamento no Paulista, mais uma vez.

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  2. Sormani, concordo com tudo o que você falou, menos em um ponto: Barueri não é opção para o Santos em São Paulo, é muito longe , de muito difícil acesso, talvez com o Canindé, no próximo ano, as coisas melhorem. Do ponto de vista de localização e deslocamento é tão conveniente quanto o Pacaembú. Agora, enquanto o Zé Ruela não abrir o bolso e trazer um maestro para nosso meio de campo, estaremos sempre à beira do rebaixamento. E a torcida não quis o Ganso de volta no ano passado……..Abraço !

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