Por Fábio Sormani
Dizer que o São Paulo é o time grande do futebol brasileiro mais sem rumo na atualidade é olhar apenas para o São Paulo. É desconhecer a realidade de outros times.
Embora esteja encerrando este ano de 2023 de forma melancólica, o São Paulo disputou a final do Campeonato Paulista e da Sul-Americana. Na Copa do Brasil chegou às semifinais e no Brasileiro, ainda que em decadência (não vence há três jogos, sendo duas derrotas seguidas), mantém a esperança de terminar entre os oito primeiros e disputar a fase inicial da Libertadores do ano que vem.
Desculpe-me, são-paulino, há um grande exagero achar que o São Paulo é o time grande do nosso futebol que está mais à deriva. Não é verdade. É viver ensimesmado. Há outros times muito piores do que o São Paulo. E eu cito o Santos.
Nos dois últimos anos, o Santos disputou os campeonatos paulista e brasileiro lutando para não cair. Nas Copas, não fez cócegas em ninguém — isso quando não foi humilhado pelos adversários, como aconteceu contra o Corinthians, quando levou uma sova de quatro gols a zero na Arena de Itaquera. E ainda foi enxovalhado pela Fifa com o “transfer ban” que o proibia de contratar jogadores por ser um mau pagador.
Não, torcedor são-paulino, o seu tricolor não é o clube grande mais desnorteado do nosso país. O São Paulo está, isto sim, embicando, pois do alto da sua soberba vem caindo feito Ícaro.
Há como corrigir, puxar para cima o manche desta aeronave que ao longo de sua riquíssima história sempre voou em céu de brigadeiro. Basta um pouquinho de inteligência e boa vontade, pois o São Paulo é um dos times que têm o maior faturamento do Brasil — e isso ajuda demais, o que não acontece com o Santos.
Sendo assim, uma administração minimamente capaz resolve os problemas mais prementes e começa a desenhar um elenco que poderá fazer do São Paulo um time ganhador como ele sempre foi, e não apenas competitivo, como ele foi neste ano, embora esteja encerrando 2023, eu concordo, de forma inexpressiva por conta de seus últimos jogos no Brasileiro.
A luz do fim do túnel não chega a cegar, mas é um clarão estimulante. Basta ir em direção a ele.