Por Fábio Sormani

Corintianos que ficaram desapontados com a contratação de Fernando Lázaro para comandar o time em 2023, para aplacar a frustração imaginam que Lázaro está como tampão no Corinthians até o Tite chegar.

Não faz o menor sentido.

Primeiro, porque Tite já deixou claro que quer alçar voos maiores. Ou seja: trabalhar na Europa. E se o Brasil ganhar a Copa ou mesmo que não ganhe, se fizer um torneio consistente, Tite terá portas abertas em vários times europeus.

Em Portugal e Espanha ele não teria qualquer problema quanto a língua. Na Itália também, pois Tite, descendente de italianos, tem um certo domínio da língua. E na Inglaterra ele se viraria facilmente com o apoio de seu filho, Matheus, que ele mesmo disse que “fala inglês fluentemente”.

Mas digamos que a seleção vá mal na Copa. Aí ele não teria portas abertas na Europa e o negócio é voltar para o Brasil. Aí eu pergunto: qual seria o ânimo de Tite para voltar a trabalhar rapidamente?

Eu não sei, você não sabe e muito menos o Tite sabe.

Então, apostar que Fernando Lázaro está como tampão neste momento é algo, a meu ver, que não faz o menor sentido, porque é apostar em algo que ninguém sabe como será. O técnico do Corinthians para a próxima temporada é Lázaro e ponto final.

Que ele receba o apoio irrestrito 1) da direção; 2) dos jogadores; 3) dos torcedores.

Se isso acontecer, com o conhecimento de futebol que ele tem aliado ao conhecimento que ele tem de Corinthians, tem tudo para dar certo.

Mas o que é dar certo? Ganhar títulos?

Convenhamos, nem com Tite e nem com Guardiola o Corinthians tem a certeza de que vai ganhar qualquer coisa no ano que vem. Seu elenco é inferior ao de Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG.

Portanto, dar certo significa brigar lá em cima. E, se bobearem, chegar a uma final de copas, por exemplo, como aconteceu este ano na Copa do Brasil.

O negócio é ir arrumando a casa e seguir andando com as próprias pernas para, num futuro próximo, o clube estar na mesma situação que Flamengo e Palmeiras se encontram no momento. Ou seja: equacionados financeiramente, de modo a estar sempre reforçando o time para que eles, de fato, briguem por títulos.

Esta não é a realidade do Corinthians neste momento.