Por Fábio Sormani

Inacreditável: o Santos não conseguiu fazer gol no lanterninha do Campeonato Paulista. Tão ruim quanto foi o fato de o time ter tido 69% de posse de bola e ter arrematado apenas cinco vezes no gol adversário, tendo visto este mesmo adversário fuzilar sua meta 11 vezes!

Resultado final: Santos 0-0 Água Santa.

O Santos é um time medíocre — aqui no sentido pejorativo da palavra. Um time ordinário — também no sentido pejorativo da palavra — que não tem nada, absolutamente nada. O Santos inexiste neste início de temporada.

Fez quatro partidas e ganhou apenas uma. Empatou duas e perdeu outra. Em nenhum desses oito tempos o Santos jogou um futebol minimamente convincente — ao contrário.

O Santos fez seu torcedor sofrer nas duas últimas temporadas. Parece que irá fazer o mesmo novamente, pela terceira vez seguida.

O time é sofrível. Ontem (25/01), pelo menos, os jogadores correram, não foram molengas. Mas não tiveram a mínima criatividade em campo.

Aliás, o Santos é um time de uma jogada só: pelas beiradas. Isso porque não tem um meia criativo, que possa em situações desequilibrar a defesa adversária. Por conta disso, o jogo é tentado pelo quarteto das beiradas: um lateral-direito (não sabemos ainda quem é o titular) e Ângelo (ou Lucas Braga) e Lucas Pires e Soteldo (ou Mendoza).

Carabajal, que surgiu como uma nesga de luz nessa mesmice no jogo contra o São Bernardo, ontem, contra o Água Santa, não produziu nada, absolutamente nada. E assim é com Dodi, Zanocello e quem por ali for escalado para jogar, pois não há no Santos ninguém para ocupar essa posição. Pirani, que entrou ontem pela primeira vez na temporada, e no fim do jogo, pegou na bola pela primeira e única vez para bater um lateral.

Ivonei brilhou na Copinha. É a solução? Eu não acredito, mas tomara que seja.

A solução tem de que vir de fora. E custa dinheiro. E dinheiro é algo que engessa o tutano do presidente Andrés Rueda, um dos piores presidentes da história do Santos. Isso porque, quando ele vê dinheiro, só pensa em pagar boleto.

Mas administrar um time não é apenas pagar contas. É fazer desse time um time competitivo.

Por isso, engana-se quem diz que administrativamente o Rueda é bom; não, ele não é. Ele é bom financeiramente falando. Administrar um time, como eu disse, é administrar o todo. E o todo ele não consegue administrar.

Uma lástima.

Tem todo esse 2023 pela frente. O que virá? Ninguém sabe, mas torce para que não seja um tsunami.

Atuações

João Paulo — Voltou a salvar o Santos de uma tragédia. Nota 7.
Nathan — O de sempre; ou seja: nada. Nota 1.
Messias — Não foi mal, mas também, diante do ataque do Água Santa não é grande coisa. Nota 4.
Bauermann — Idem. Nota 4.
Lucas Pires — Esforçou-se demais, mas esbarrou mais em suas limitações do que na resistência adversária. Nota 2.
Fernandez — Estabanado como sempre, mas, é bom dizer, superesforçado. Nota 2.
Sandry — Fraco. Nota 2.
Carabajal — Tragado pela mediocridade geral da nação. Nota 2.
Ângelo — Fraquíssimo. Nota 0,5.
Marcos Leonardo — Inexiste em campo. Nota 0,5.
Soteldo — O mais lúcido do time, mas, como diz o ditado, uma andorinha não faz verão. Nota 4.
João Lucas — Entrou durante o jogo e não acrescentou nada. Nota 1.
Pirani — Nem pegou na bola com os pés, apenas com a mão para bater um lateral. Sem nota.
Lucas Barbosa — Corre feito um louco, mas é atrapalhado também. Nota 2.
Lucas Braga — Não acrescentou nada. Nota 2.
Rwan Seco — A maior decepção pra mim, pois esperava muito mais dele. Nota 1.