Por Fábio Sormani

Foi às duras penas, mas o Santos passou pelo Ceilândia nessa quinta-feira (23/02) no Distrito Federal. Com o resultado, avançou à próxima fase da Copa do Brasil e já tem acumulados R$ 3,1 milhões (R$ 1,4 milhão desse jogo e mais R$ 1,7 milhão pela participação na próxima etapa).

Foi às duras penas que o Santos passou porque os jogadores, mais uma vez, mostraram debilidade no fundamento arremate. Foram bem na criação (especialmente Lucas Lima), mas no momento de empurrar a bola para as redes…

Ângelo, mais uma vez, mostrou que não tem o nível que o jogo dos marmanjos exige. Por isso, acho que ele deveria ir ou para o banco e lá amadurecer, ou voltar para a base, como fez Ivonei, e lá amadurecer.

O que não se pode fazer é insistir com o moleque de 18 anos (nessa idade muita gente já está arrebentando, é verdade) sob pena de queimá-lo de vez. A pressão sobre ele é grande demais. É um fardo muito pesado para se colocar nas costas do menino.

Por isso, penso eu, é DEVER do técnico Odair Hellmann tirá-lo de cena. Uma pena que o Soteldo esteja machucado, pois era o momento ideal para formar um ataque com Mendoza, Marcos Leonardo e Soteldo.

Alguém pode dizer: o Mendoza é tão débil quanto o Ângelo. Não é verdade: Mendoza perdeu um gol incrível ontem, mas em dez jogos com a camisa do Santos ele já fez quatro gols, sendo que o Ângelo em mais de cem partidas marcou apenas três.

E mais: Mendoza não é um ativo do clube. Ângelo é. Por isso, há que se preservá-lo, pois no futuro, se tudo for feito com critério e inteligência para se superar as armadilhas do caminho (como ocorre agora), ele pode render dividendos ao clube, algo que Mendoza dificilmente vai fazer.

Por isso, insisto, é o momento de se tirar o Ângelo do time. Lucas Braga para o jogo contra o Corinthians, domingo (26/02) na Vila Belmiro. Até mesmo o Lucas Barbosa, que não está queimado como o Ângelo.

Foi às duras penas, eu já disse, mas o Santos se classificou. Na próxima fase vai pegar o vencedor do embate entre Iguatu (CE) e América (RN). A chance de seguir na competição é grande. Mas não se pode abusar da sorte.

Outro jogo como o de ontem, quando oportunidades claríssimas de gol foram perdidas aos borbotões, pode ser fatal. Especialmente se João Paulo falhar. E o goleiro já mostrou que não é infalível. Ontem, todavia, foi fundamental para a vitória com duas defesas incríveis no primeiro tempo, quando o frágil Ceilândia poderia ter feito 1-0.

E se isso tivesse acontecido, seria um deus-nos-acuda. João Paulo, porém, mais uma vez, segurou os alicerces da casa nos ombros.

Atuações

João Paulo — Tudo sobre ele foi dito no final do texto de abertura. Nota 8.
João Lucas — Está mais ativo no ataque, mas nas bolas aéreas tem dificuldades. Nota 4.
Maicon — Um desastre, mais uma vez. Nota 1.
Joaquim — Fez o gol da vitória, de cabeça, mas defensivamente precisa melhorar no jogo aéreo. Nota 6.
Felipe Jonatan — Futebol burocrático. Nota 4.
Fernandez — Ótima partida, defendeu e atacou com qualidade. Nota 7.
Dodi — Seria exagero dizer que ele é o nosso Kanté? Nota 8.
Ângelo — Foi o tema do texto acima. Nota 2.
Lucas Lima — Espero que ele continue assim. Mais uma partida de destaque. Nota 8.
Mendoza — Perdeu um gol incrível e esteve apático. Nota 2,5.
Marcos Leonardo — Se ele fizesse gols na mesma proporção em que se joga no chão, seria o artilheiro do Brasil neste momento. Nota 3.
Lucas Pires — Jogou pouco tempo, mas levou uma caneta humilhante no final do jogo. Nota 2.
Balieiro — Jogou pouco tempo, mas não foi humilhado por nenhum drible desconcertante do adversário. Por isso fica sem nota.
Lucas Braga — A apatia de sempre. Nota 2,5.
Lucas Barbosa — A vontade de sempre, mas isso não é tudo. Nota 3.
Ivonei — Entrou fora de posição, mas quando foi para a sua, não fez nada demais. Nota 4.