Por Fábio Sormani
O que acontece com Ângelo é fruto da falta de sensibilidade do técnico Odair Hellmann e do coordenador Paulo Roberto Falcão. Insistiram com um menino que não vinha correspondendo e que demonstrava, a cada jogo jogado, que não está preparado para o futebol dos marmanjos. Deram murros em ponta de faca. O problema é que a mão machucada é a do Ângelo e não a do Odair e muito menos a do Falcão.
Odair e principalmente Falcão têm muita experiência no futebol. Mas foram insensíveis nesse episódio. Teimaram com Ângelo para provar não sei o que. E jogaram o menino aos leões. Você pode me dizer: quem escala é o técnico. Concordo — e é verdade. Mas um coordenador de futebol, entre outros afazeres, tem o dever de estar atento a isso, especialmente quando ele tem um nome grandioso como tem Falcão.
O mesmo acontece com o Endrick no Palmeiras. A joia palmeirense, a maior venda da história do futebol brasileiro (€ 60 milhões pagos pelo Real Madrid em dezembro do ano passado), não consegue jogar. Tem apenas 16 anos, dois a menos do que Ângelo. É ainda uma criança que passou, do dia para a noite, a viver no mundo de adultos.
Tudo muda: a conversa, os gostos, as exigências, as dificuldades, as cobranças etc e tal. Se na base Endrick reinava, entre os homens a conversa é outra. Abel Ferreira (que é centralizador e toma conta de tudo, por isso é para ele que eu aponto o dedo) vem insistindo desnecessariamente com o menino.
Endrick já está na boca do povo. Virou motivo de chacota. Outro dia, um amigo me mandou: “Leila Pereira (presidente do Palmeiras) faz uma baita administração. Comprou um avião para o Palmeiras e vendeu pro Real Madrid um bonde pelo preço de um avião”.
Essa exposição desnecessária do Endrick faz ramificar esse tipo de comentário, que vem do outro lado da rua, ou seja, dos torcedores adversários, que locupletam seus corações insensíveis com maledicências desse tipo. São os dias de hoje, das redes sociais, onde ninguém (nem eu e nem você) está livre da fúria desmedida de desalmados e/ou chacoteadores seres humanos.
Ângelo tinha que ter sido preservado há algum tempo. Não o foi. Ontem (25/02), um dia antes de entrar em campo e enfrentar o Corinthians, veio a notícia de que ele sentiu dores musculares e não entrará em campo. Muitos duvidam da veracidade da notícia — inclusive eu. Dizem (e eu concordo) que fizeram isso pra preservar o menino. Quiseram ser mais realista que o rei, mas quem paga o pato é o Ângelo.
Dá tempo de preservar o Endrick. De que maneira? Há várias; a única que não deve ser usada é a invencionice da lesão muscular. Coloque-o no banco de reservas, como deveriam ter feito com Ângelo. É didático e ajuda a amadurecer e a forjar o caráter.
Insistir pra quê? Deem tempo ao tempo.
5 respostas para “Que o caso Ângelo sirva de exemplo para Endrick”
Boa tarde!
Infelizmente treinador, cartola, pai e “agentes” de jovens promessas, mimam, atropelam etapas, o jovem por sua vez se deixa levar pelo deslumbramento, torna-se refém, nesse “novo normal” ditado pelas mídias sociais, tanto para o bem como para o mal e invariavelmente são atropelados pelo turbilhão de responsabilidades e esperanças que neles se depositam, aí vem a depressão, a queda na confiança em si, a prostração e o desejo de ir fazer tudo diferente em outro lugar, são quase raros os casos em que isto acontece.
Este é o script, infelizmente, que está sendo traçado para a carreira do ngelo, e vai exigir dele próprio e de todos que o cercam, uma guinada, uma volta as origens, claro que não onde deve estar, mas na sua adaptação e ajuste ao que quer vir a ser dentro do futebol, e não é nenhum papo paternal ou a famigerada e inócua “filosofia” motivacional - auto ajudal, que irá gerar resultado, é “papo reto” que precisa ser dito, que ele, ngelo, deve aperfeiçoar seu chute, seu passe, estudar organização tática, saber o momento em que deve seguir driblando e conduzindo a bola e outros em que deve passar a bola para um companheiro em progressão e melhor posicionado, que precisa se apresentar para o um dois(toma aqui, devolve lá e toma cá), aí sim estará buscando ser um jogador completo, sim jogador completo pois craque é outra coisa muito mais além disto.
O Santos, graças a insensibilidade, melhor dizendo incompetência e incapacidade, de treinadores, executivos e dirigentes, fez deste estágio do ngelo um “case” do mais absoluto insucesso, e não se tem certeza de como recuperá-lo e assim ele se tornar o jogador no qual muita esperança se tinha, hoje já nem tanta.
Mandar de volta as divisões de base pode acabar pior, ficar arrumando contusões e desconfortos físicos idem, emprestar para algum clube pior ainda, o mais correto(no meu entender) é relacionar para todos os jogos e ir entrando no decorrer de partidas, mas jamais na fogueira, e assim ele poderá ir readquirindo confiança em si, e de parte do torcedor, ser menos individualista, e aprender, cultivar, colocar sua capacidade técnica a serviço do coletivo.
Falta um Chico Formiga, talvez um Emerson Leão, na vida do Angelo, o que ele não precisa é dessa gente que o cerca hoje e nem do pofexô. Pelo que assistia na ESPN poderia ser também o Zé Elias ou Fábio Luciano.
Do modo como estão tratando esse menino pode ser muito prejudicial na sua afirmação como homem e como jogador.
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Ótimo depoimento.
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Obrigado!
Vai ter live hoje?
E o Hellman hein! Teimosia em pessoa, Maicon só sai do time dele se for abatido a tiro de canhão!
Forte Abraço!
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Teve sim. Assistiu?
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Sim, assisti!
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