Por Fábio Sormani

Endrick não entrou em campo no mata-mata do Campeonato Paulista. Jogou onze partidas da fase de classificação (foram 12 no total) e nesses jogos não fez nenhum gol e não deu nenhuma assistência.

Nas quartas-de-final, contra o São Bernardo, do banco de reservas viu seus companheiros Fabinho, Jaílson, Giovani, Navarro e Breno Lopes entrarem em campo. Nas semis, diante do Ituano, do banco também espiou Mayke, Jaílson, Fabinho, Breno Lopes e Navarro serem acionados para substituírem titulares.

O que acontece com Endrick?

Acho que nada. Endrick é muito bom jogador, parece que será um menino que vai transitar fora da curva, mas não me parece nenhum gênio como muitos apregoam, pelo menos até o momento.

Ele tem apenas 16 anos (faz 17 em 21/07), pode evoluir demais, especialmente no Real Madrid, um clube com muito mais recursos do que o Palmeiras. Mas até onde ele pode ir?

Essa é a questão que mais se discute no momento. Repito: acho que ele será um jogador de destaque, mas gênio, sei não…

Não sou palmeirense e, por isso, não vi todos os jogos do Endrick. Mas os que eu vi ele não me impressionou tanto assim. Não me impactou, por exemplo, como Neymar me impactou.

Comparei-o a Neymar na frase anterior porque tenho vários amigos palmeirenses. E eles sempre cravam: Endrick será melhor que Neymar.

Acho difícil, mas, torno a dizer, ele tem apenas 17 anos e pode surpreender não apenas a mim, mas a muitos outros (jornalistas e/ou torcedores) também, que estão vendo o menino em ação e não estão ficando boquiabertos como se esperava.

Pouco depois de ser vendido para o Madrid (€ 60 milhões), a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, comprou um avião para o time. Um amigo corintiano, em forma de chiste, me mandou a seguinte mensagem pelo WhatsApp: “Sormani, não sei por que os palmeirenses criticam a Leila. Ela comprou um avião e vendeu um bonde por um preço de avião”.

Como disse, foi uma pilhéria do amigo corintiano, mas, como diz o velho ditado, é brincando que se diz também muitas verdades.

Endrick não é um bonde; lógico que não. Mas ele não demonstrou até o momento que será um avião.

Portanto, creio que o que Abel Ferreira faz no momento com o menino é digno de aplauso: esconde Endrick para evitar que outras pilhérias do tipo sejam cunhadas. É preciso deixar o menino em paz, respeitar o momento dele, esperar pelo amadurecimento, para ver de fato até onde ele pode chegar.

No momento, repito, no momento, ele tem um caminho e tanto para trilhar até chegar ao pote de ouro no fim do arco-íris. Isso se as gotas de chuva não secarem no meio do trajeto.