Briga no Beira-Rio: jogador precisa respeitar o sentimento do torcedor

Por Fábio Sormani

Lamentável o que aconteceu neste domingo (26/03) no Beira-Rio depois da classificação do Caxias para a final do Campeonato Gaúcho. O time do interior do Rio Grande do Sul, após um empate em 1-1 no tempo normal, classificou-se ao vencer o Inter por 5-4 nos pênaltis.

O gol que colocou o Caxias na decisão do título foi marcado por Wesley ao acertar sua penalidade. E depois de classificar seu time ele levou as mãos às orelhas provocando a torcida colorada. Resultado: os jogadores do Inter, que já estavam frustrados e irritados com a desclassificação, aproveitaram o ocorrido para destilar toda sua raiva. E os torcedores também.

Há culpados? Claro que há.

Pra mim, o maior deles é Wesley. Por que ele tinha que fazer o que fez? Pra que provocar a torcida do Inter? Jogador de futebol sabe muito bem que faz parte do ônus de sua profissão ser provocado e xingado. E foi o que Wesley ouviu quando foi bater o pênalti derradeiro.

A maior resposta às provocações coloradas ele deu ao enfiar a bola no gol colorado. Pronto: ali terminou tudo; foi provocado e respondeu com o gol da classificação.

Claro que um erro não justifica o outro. Os jogadores e os torcedores do Inter não deveriam ter feito o que fizeram. Erraram. Mas nada disso teria ocorrido se Wesley não tivesse feito o que fez.

Futebol envolve paixões. É algo que até hoje qualquer sociólogo, psicólogo ou antropólogo, ao longo de mais de um século, jamais conseguiram explicar.

O futebol é assim. E há que se entender isso. Há que se entender o torcedor, a razão de ser dessa indústria. Sem ele nada disso existiria. É preciso respeitá-lo. Ao desrespeitá-lo, ele se enfurece e se transforma em um animal irracional. Não deveria? Claro que não, mas ele se transforma. E ponto. Ninguém consegue explicar. Uma pena, mas assim é que é. E os jogadores têm que entender isso.

Os atletas, assim como eles respeitam seus torcedores, deveriam também respeitar o torcedor adversário também.

Tudo o que ocorreu nesse domingo (26/03) no Beira-Rio talvez não tivesse ocorrido se Wesley não tivesse feito o que fez. Ele foi o estopim das cenas lamentáveis que infelizmente vimos estarrecidos pela televisão e que devem percorrer o mundo.

Briga depois do jogo entre Inter e Caxias. Foto: reprodução TV

4 respostas para “Briga no Beira-Rio: jogador precisa respeitar o sentimento do torcedor”

  1. Eu sou do tempo em que eu, santista, ia ao Pacaembú assistir Santos x Corinthians junto com os meus primos corintianos e sentávamos todos juntos e misturados. Era divertido e provocador, mas ficava nisso, com muita gozação e sarro. Hoje as pessoas brigam por coisas que não afetam suas vidas e não brigam por aquilo que, de fato, pode mudar suas vidas. Como disse Einstein “existem 2 coisas infinitas no Universo, uma é o próprio Universo e a outra a estupidez humana”.

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  2. Tá todo mundo louco, sem educação , egoísta, individualista e em muitas ocasiões, usam de uma partida de futebol pra extravasar .
    Ou fazer merda.. tanto atleta quanto torcedor…

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  3. Bom dia amigos Santistas …
    Já postei anteriormente e repito, a cada dia que passa me convenço que acertei em cheio aí me tornar “torcedor de sofá”…vivemos em uma sociedade sem princípios, sem valores. Em um estádio de futebol isso é elevado à enésima potência, os torcedores, de uma maneira geral,se tornam irracionais, bárbaros. Meu último jogo “in loco” foi no paulistão 2011 e vai demorar muito pra eu voltar a ir a um estádio, se é que voltarei. Existem muitas vantagens em ver jogos do conforto da sua sala: pode-se escolher qual partida ver, qual campeonato (a Premier League é um deleite), e entre tantas outras existe a benesse da tecla “mute”, qdo os narradores/comentaristas insistem em nos convencer que estamos vendo espetáculos maravilhosos, querendo vender salmão e entregar sardinha. Qto à briga em si, o espetáculo é tão deprimente que nada mais precisa ser dito, as imagens fala por si só.
    Abç Sr.
    Sormani

    Curtido por 1 pessoa

    • De fato, a tecla mute é o quê há. Tem cada narrador que vou te contar…o sujeito narra como se vc não estivesse vendo o quê vc tá vendo. O cara poderia qdo muito dizer apenas o nome do jogador que tá com a posse da bola, o resto que ele tá fazendo vc tá vendo. PS. Gosto muito do Milton Leite.

      Curtido por 1 pessoa

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