Ao demitir Rogério Ceni, São Paulo tenta reencontrar a alegria de jogar

Por Fábio Sormani

O São Paulo demitiu Rogério Ceni na tarde desta quarta-feira (19/04). E não foi sem tempo. Demorou, eu diria.

O time não rendia mais. Muitos jogadores não podiam nem olhar na cara de Rogério. O ambiente de trabalho era péssimo.

Jogadores saiam de casa arrastados para trabalhar. Tudo porque iriam encontrar com o treinador.

Ele não tratava bem seus atletas, vide o episódio com o atacante Marcos Paulo. Antes de um treino, na frente de todo o grupo, ele esculachou o jogador por conta de uma postagem do mesmo nas redes sociais criticando o treinador por causa dos poucos minutos em campo.

Rogério passou do ponto. Os outros jogadores ficaram indignados com o comportamento do treinador, a ponto de um grupo deles ter subido à sala do presidente Julio Casares para reclamar do destempero do comandante.

Em 45 anos de carreira, não me lembro de episódio semelhante. De jogadores se rebelarem contra um treinador desta forma.

Rogério é um cara difícil. Pessoas que convivem com ele dizem que ele beira o insuportável.

É uma figura soturna. Eu nunca vi os dentes do Rogério. Será que ele os tem? Não sei, pois ele não sorri.

Tudo isso seria ignorado se dentro do campo os resultados viessem. Mas não vinham.

Nesta sua segunda passagem pelo Tricolor Rogério ficou um ano e meio. Acumulou 106 jogos e teve um aproveitamento de exatos 55%. Ou seja: 49 vitórias, 28 empates e 29 derrotas.

Nesse período levou o São Paulo a duas finais: Paulista e Sul-Americana no ano passado. Perdeu ambas (Palmeiras e Independiente Del Valle). Neste ano, foi eliminado nos pênaltis, em pleno Morumbi, diante de 40 mil pessoas, pelo Água Santa nas quartas-de-final do Campeonato Paulista. Estreou no Campeonato Brasileiro com derrota de 2-1 diante do Botafogo (F) e na Sul-Americana vem muito bem, pois ganhou seus dois jogos: 2-0 Tigre (F) e 2-0 Puerto Cabello (C).

Mas o que se via em campo neste ano era um time com a cara do seu treinador: melancólico, triste, macambúzio.

Os torcedores não aguentavam mais.

Apesar de toda idolatria, Rogério nunca será maior que o São Paulo. Por isso, a esmagadora maioria dos são-paulinos pediram sua cabeça. E o presidente Casares usou a cabeça da maioria e fez o que eles tanto queriam: demitiu Rogério Ceni.

Rogério Ceni foi demitido pelo São Paulo. Foto: Instagram

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