O que o presente do Botafogo pode ensinar para o futuro do Santos

Por Fábio Sormani

Quando os quatro classificados para a final do Campeonato Carioca foram apurados, o Botafogo não apareceu entre eles. Lá estavam Fluminense, Flamengo, Vasco e Volta Redonda.

A ira dos torcedores botafoguenses foi constatada nas redes sociais. Pediam a cabeça do técnico Luís Castro e xingavam a plenos pulmões o dono do time, o norte-americano John Textor.

Ninguém deu bola para os reclamos dos torcedores. E fizeram bem.

Depois disso, o Botafogo ganhou a Taça Rio. Esmola? Que nada, pois a conquista selou a vaga na Copa do Brasil do ano que vem, algo que não estava garantido por não ter ido às semifinais do Carioca.

Mas o melhor veio um pouco depois: hoje o Botafogo é o líder do Brasileirão e único time com 100% de aproveitamento depois de quatro rodadas. Venceu duas vezes fora de casa, o Bahia (2-1) e o Flamengo (3-2) no Maracanã, além de ter batido como mandante o São Paulo (2-1) e o Atlético-MG (2-0).

O Botafogo briga pelo título? Acho difícil, mas não é impossível.

Mas antes dessa discussão o que eu quero falar é de convicção no trabalho. Textor sempre confiou em Luís Castro e mesmo pressionado pela cólera dos torcedores manteve o português no cargo.

Os resultados começaram a aparecer novamente. Digo novamente porque no ano passado, cuja meta estabelecida por Textor era manter o Botafogo na Série A, ele conseguiu não apenas se sustentar na principal divisão do Campeonato Brasileiro como também fisgou uma vaga para a Sul-Americana (é o segundo colocado no Grupo A com dois pontos a menos que a LDU).

Não é proibido trocar de treinador, mas há que se fazer uma análise mais abrangente do trabalho de um técnico antes de tomar uma decisão como essa com base apenas nos resultados momentâneos. Luís Castro mostrou trabalho no ano passado. Claudicou no início deste ano, mas isso não justificaria sua demissão. Textor bancou o lusitano como treinador do time e acertou na mosca.

Falo disso para traçar um paralelo com o momento atual do Santos.

O time está mostrando evolução clara em campo. Joga de igual para igual contra adversários da Série A, algo que era impensável há um mês. Os resultados tendem a aparecer.

Com Odair Hellmann o Santos já teve sete treinadores nos últimos dois anos e meio. Ou seja: um técnico a cada quatro meses.

Não é possível que o problema seja treinador, até porque Fernando Diniz, o melhor técnico do Brasil no momento, dirigiu o Santos nesse período e fez água: teve aproveitamento de apenas 45,6% (10V-7E-10D) e foi demitido. Além dele passaram pela Vila os argentinos Ariel Holan e Fabián Bustos, além de Fábio Carille.

Ninguém conseguiu fazer desse elenco um time de futebol. Então, a conclusão que eu chego é que o problema não é treinador. O problema maior são os jogadores, muitos deles ruins e igualmente sem alma.

O péssimo Andrés Rueda tem que fazer neste momento o que Textor fez no Botafogo: manter Odair Hellmann, porque os resultados devem aparecer, assim como aparecem neste momento no time da estrela solitária.

Chega de trocar treinador!

Victor Sá comemora seu gol contra o Atlético-MG. Foto: Instagram

4 respostas para “O que o presente do Botafogo pode ensinar para o futuro do Santos”

  1. Boa noite Sormani!

    O momento de se trocar o técnico já passou…foi na desclassificação do Paulista, quando tínhamos o Dorival à disposição. Hj seria um erro grave, apesar de eu não gostar do trabalho do maionese.
    Tenho quase certeza de que o técnico é obrigado, por forças ocultas (como diria o Jânio) a manter determinados jogadores como titulares, ou no mínimo como primeiras opções no banco de reservas. Falo especificamente do Marcos Leonardo e do Ângelo. Será que eles assistem futebol?? Já prestaram atenção na entrega dos jogadores do City inglês?? Jogadores do quilate do De Bruyne, Haaland, Grealish, Bernard, se desdobram em campo quando o time perde a bola, se sacrificando em função do time. Já vi esse Norueguês de outro planeta tomar a bola no campo de defesa, armar o contra ataque e finalizar lá na frente, tudo na mesma jogada. E os nossos raios perdem a bola, arrumam a meia, levantam o calção até a metade da coxa, fingem sentir contusões, arrumam o cabelo, dispersivos e descomprometidos com o time, como se a fase fosse a melhor do mundo, como se estivessem navegando em mares tranquilos. Se fossem craques, tudo bem, não marcam os adversários, não ajudam na recomposição, mas resolvem lá na frente com gols. Qual o quê. São dois jogadores de qualidade técnica sofrível e, pior do que isso, são preguiçosos.

    E falando a respeito das falha do JP (meu caro Élcio), peça para os críticos reverem as partidas finais dos campeonatos de 2021 e 2022, se não fosse pelo nosso guarda-metas estaríamos seguramente na segunda divisão. Temos, sem medo de errar, um dos 3 melhores goleiros da série A.

    Abç
    Ramiro

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  2. Bom dia Ramiro, bom dia Sormami!

    Não iria me manifestar a respeito deste POST, acredito que todos já conhecem minhas considerações a respeito deste assunto, porém não poderia deixar de registrar sua menção a mim, assim vou procurar ser breve, pois estarei sendo repetitivo.
    Nem Rueda é o John Textor e nem o OH! é o Luís Castro, então…
    Concordo com você que o Hellman já deveria ter sido demitido, já está com o prazo de validade vencido, mas ainda há tempo para despachá-lo, antes que a situação, do time, se torne irreversível, cobrir os olhos para não notar que ele nada trará de útil e proveitoso e continuar flertando com a derrocada.
    A história do São Paulo era idêntica a do Santos, aí seus dirigentes “perceberam” que do jeito que estava não tinha futuro promissor, trocaram o treinador e o time mudou da água para o vinho, o elenco continua o mesmo, mas por outro lado o novo treinador deu outra perspectiva ao time, então fica a questão: “se os mesmos jogadores estão apresentando mais desenvoltura, o time foi reorganizado e evolui, era ou não o treinador que atrapalhava tudo, era uma âncora impedindo que o barco deixasse de fazer água e voltasse a navegar?”, a mim não resta dúvida alguma que com Odair o futuro é sombrio e o resultado final é catástrofe e vexame, para o clube e torcedores, pois para ele será mais uma passagem por mais um trouxa que ele conseguiu ludibriar.
    Desculpe, acabei por me alongar, mas a permanência desse sujeito a frente do time me causa náuseas e revolta!

    Forte Abraço!

    Curtido por 1 pessoa

    • Para registro: quando o Palmeiras contratou o Abel Ferreira eu pensei putz e dei risada, pois estava trazendo um ilustre desconhecido vindo da periferia do futebol da Europa, me enganei redondamente, o que não é o caso do OH!, um mulambo itinerante conhecido!

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  3. A questão é: tira o Odair e coloca quem? O Guardiola, o Klopp, o Ancelotti? Não tem quem por no lugar e nem eles dariam jeito nesse time. O problema não é o técnico. O time está evoluindo, é preciso dar tempo. É o que temos e temos que acreditar.

    Curtido por 1 pessoa

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