Por Fábio Sormani
Vocês gostaram do Fla-Flu? Do primeiro tempo em gostei, mas do segundo…
A etapa inicial da primeira partida das oitavas da Copa do Brasil foi uma gostosura, porque o Fluminensecom igualdade numérica com o Flamengo tentou jogar bola. Não conseguiu, é verdade, mas tentou. E ao tentar, deixou espaços para o adversário jogar. E quando quis fazer suas saídas desde a defesa com trocas de bola envolventes, foi surpreendido por um Flamengo que asfixiou-o atrás e que rapidamente recuperava a bola e atacava.
Assim o tricolor foi dominado pelo rubro-negro na etapa inicial: levou bola na trave num chute de Gabriel, viu Arrascaeta perder gol feito no rebote e vibrou com duas boas defesas do goleiro Fábio. E não viu a cor da bola.
O primeiro tempo terminou em 0-0, mas a expectativa era de que no segundo o gol saísse. De um lado ou de outro; até porque imaginava-se que no vestiário o técnico Fernando Diniz fosse encontrar um antídoto para a marcação claustrofóbica que o Flamengo vinha lhe impondo.
Mas aí Felipe Melo tratou de estragar a partida — e bem a seu jeito. Aos quatro minutos do segundo tempo ele deu um pontapé desleal em Gabriel e foi corretamente expulso pelo árbitro Anderson Daronco.
E o jogo acabou. Sim, acabou porque o Fluminense, se com onze contra onze foi amassado, com um jogador a menos o constrangimento foi maior ainda. Não restou outra alternativa ao pessoal das Laranjeiras a não ser se encolher feito um time pequeno e deixar a partida num ataque contra defesa.
Agora eu entro na parte em que falo do Flamengo. Seus jogadores, os melhores, foram enjaulados pela defensiva tricolor e a contenda ficou uma droga, pois eles não tiveram o mínimo de imaginação e sensibilidade para furar a bolha defensiva montada pelo oponente.
O único lance a se destacar foi uma cabeçada do lateral-esquerdo Ayrton Lucas, que obrigou Fábio a fazer uma linda defesa. Uma cabeça, isso mesmo, uma cabeçada de um lateral baixinho. Sim, pois foi isso que o Flamengo fez durante todo o segundo tempo com um jogador a mais: levantar bolas na área do Fluminense.
Gabriel desapareceu em campo; Arrascaeta só foi visto quando foi substituído; Éverton Ribeiro também pouco deu o ar da graça; Gérson limitou-se a jogar de lado, quando o jogo pedia que se jogasse para a frente; Cebolinha entrou e não chegou nem uma vez sequer no fundo, tendo driblado sempre para o meio; e Ayrton Lucas, à exceção da cabeçada mencionada, nada fez.
Era desses jogadores que o Flamengo esperava alguma coisa diferente, para quebrar a muralha que Diniz montou à frente do seu gol. Sim, porque os demais são coadjuvantes e não dá para esperar que Thiago Maia, Erick Pulgar e Arturo Vidal (que entrou no segundo tempo), por exemplo, pudessem fazer algo diferente para que o Flamengo chegasse ao gol da vitória.
Quando estava onze contra onze, tudo o que Jorge Sampaoli engendrou, funcionou; menos as conclusões, que não passam pelo treinador e sim pelos jogadores. Quando ficou onze contra dez com um adversário todinho postado dentro de sua grande área, os jogadores, pouco inspirados, apelaram para os chuveirinhos. E não deu certo.
O empate em zero ao final da partida foi justo, mas, para mim, que esperava um grande duelo, foi frustrante. Tudo porque, repito, Felipe Melo estragou o jogo ao ser expulso.
E o que era para ter sido um jogo memorável, transformou-se numa partida descartável.
6 respostas para “Felipe Melo estragou a partida; jogadores do Flamengo foram medíocres”
Parabéns pelo texto SORMANI, não consegui assistir o jogo, mas o irei fazer agora, mas só pela sua opinião já imagino como deve ter sido o jogo! Abraços
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Bom dia Sormani!
Lance do Felipe Melo era para expulsão direta, sem contestação.
Feito este registro discordo de você sobre o Fluminense ter se comportado como time pequeno, pois o posicionamento defensivo foi coordenado e, em duas ou três oportunidades que o Fábio e zagueiro deram chutões, o time saia trocando passes e articulando algumas jogadas de contra-ataque, não se viu afobação e nem chute pro lado que estivesse virado, a cada jogo pode-se notar que o Diniz está revendo certos conceitos antigos e ao mesmo tempo não abre mão da saída de bola consciente, seus jogadores não demonstram desespero e nem apelam para faltas, aliás foram 5(cinco) em todo o jogo(duas delas do Felipe Melo), nem mesmo com 10 jogadores e com o adversário em cima adotaram o jogo apelativo.
Estranho que você critique o Felipe Melo, com justa razão, e não mencione os dois lances do Gabriel Barbosa, a simulação vergonhosa e o pisão criminoso no Ganso.
Por falar em Ganso, o nome do jogo, pelo segundo tempo, já vinha bem no primeiro e depois da expulsão mostrou um Ganso até hoje nunca visto, multiplicou-se em campo, participou de jogadas defensivas, armou e se apresentou na área para conclusões, tomara(para o bem do futebol) que esse seja o Ganso que se espera, pois técnica e inteligência ele tem até de sobra, o problema é ou era a indolência que lhe segue desde os tempos de início de carreira no Santos.
O Flamengo? No dia em que verdadeiramente jogar tudo isto que a mídia acha que joga vai ser imbatível, por enquanto é isso aí, 70% mídia e 30% bola.
Saudações Santistas!
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Complementando …
Falando em mídia,seus ex-companheiros de ESPN hein!, exceção ao Pedro Ivo e Zé Elias, é uma babação explícita do ovo do urubu!
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Boa tarde Elcio, Sormani e amigos Santistas!
A respeito da predileção da ESPN pelas coisas do Flamengo, há tempos notei que eles (direção) chegaram à conclusão que a audiência dada pela torcida do Flamengo já é suficiente. As outras torcidas ficam com as migalhas do tempo que sobra. Antigamente ganhava-se audiência pelas boas notícias que ofereciam aos espectadores. Hoje eles escolhem as notícias para ter audiência. Uma total e anti-ética inversão de valores. A minha audiência já perderam faz tempo, exceto quando transmitem eventos com exclusividade e, neste caso, faço valer as benesses da tecla “mute” que já citei em outros posts do Sormani.
Sempre bom ler suas considerações.
Abç
Ramiro
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Boa tarde Ramiro!
Eu tenho a mesma opinião que a sua, assisto alguns, pouquíssimos, programas da FlaTV do Sumaré, é que as concorrentes conseguem ser pior e aí pulo pra menos pior.
Isenção e atenção que todos os clubes merecem não vão além do segundo minuto ou do segundo parágrafo quando o foco não é o predileto de emissoras e comunicadores, e isto já ficou difícil de ser revertido.
Forte Abraço!
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Ele já tinha tentado estragar o jogo contra o Riverplate.
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