Por Fábio Sormani

O Santos voltou a jogar mal. Desgraçadamente mal — e não saiu de um empate em 0-0 com o Bahia, na Vila Belmiro, no primeiro jogo do mata-mata das quartas-de-final da Copa do Brasil.

O resultado desta quarta-feira (17/05) só não foi uma tragédia porque perder seria muito pior, pois aí o time teria que jogar pela vitória em Salvador no jogo da volta, no dia 31/05. E ganhar fora de casa (apesar do triunfo diante do Vasco no domingo passado) é algo que o Santos tem dificuldade em conseguir.

O time mostrou-se sem criatividade, espaçado, indolente, preguiçoso e com jogadores ruins tendo potencializado suas ruindades, casos do Ângelo, Lucas Braga e Rodrigo Fernandez, principalmente, mas se você quiser adicionar Lucas Pires, Edcarlos e João Lucas à lista, fique à vontade.

O problema maior, todavia, está no Ângelo. Se o técnico Odair Hellmann aceitar imposição da diretoria para escalar o menino porque ele tem que ser vendido para engordar o raquítico cofre santista, vai morrer abraçado com ele.

Ângelo, infelizmente, não é aquele jogador que a gente imaginava quando estava na base. Ele é fraco. Pode melhorar com o tempo? Pode, a gente não sabe; o que a gente sabe é que hoje ele é um mau jogador e lugar de mau jogador não é no time de cima do Santos.

Que ele volte para a base para amadurecer, pois jogador não pode amadurecer no time principal do Santos. Ele tem que chegar lá preparado — e não é o caso do Ângelo. Mas aí a gente sabe que ele tem que ser vendido. Então… Então não há o que fazer: vamos ter que engolir o Ângelo no time principal e fim de papo.

Alguém pode dizer: mas e o Deivid? Ele também não é imaturo para jogar no time de cima? Sim, é imaturo ainda, mas demonstra claramente que é um jogador fora da curva. Por isso, pode ficar no time principal.

Deivid não jogou bem porque o time todo jogou mal. De todo o modo, ele fez um gol, ainda no primeiro tempo, um gol mal anulado, a meu ver, porque impedimento milimétrico não existe, porque não existe precisão de quem opera a máquina. Seria preciso se houvesse chip na bola e no corpo do jogador. Não existe; então, não dá para saber se estava impedido ou não.

Nesse caso, eu determinaria à arbitragem: dê o gol, pois o gol é o êxtase de um jogo de futebol. Por que City e Madrid foi um jogaço na segunda partida da semifinal da Champions League nesta quarta-feira? Porque houve quatro gols na partida. E poderiam ter saído outros. Foi uma festa em Manchester.

Esse empate em 0-0 só não foi trágico porque perder seria muito pior, já disse. E não perdeu porque o goleiro João Paulo salvou o Santos mais uma vez. Salvou em pelo menos três ocasiões. E isso mostra que o Bahia foi melhor na partida, o mesmo Bahia que há uma semana levou de 3-0 para este mesmo Santos e que no final de semana perdeu por 3-2 para o Flamengo em Salvador. Ou seja: seis gols em dois jogos. E o Santos não soube aproveitar a debilidade defensiva do Bahia.

Volto a dizer: o resultado só não foi trágico porque perder seria pior. Dá para o Santos montar um sistema defensivo sólido na volta para tentar a vitória num contra-ataque. Sim, tem que vencer, porque se empatar novamente e for para os pênaltis… João Paulo, infelizmente, é um goleiro que não pega pênaltis e, nesse caso, a chance de o Bahia se classificar é gigantesca.

Atuações

João Paulo — Salvou o Santos da derrota. Nota 8.
Inocêncio — Começou na direita e terminou na esquerda. E não fez nada em nenhum lugar. Nota 3.
Joaquim — Jogou pela direita desta vez e o desempenho foi o mesmo. Nota 6,5.
Messias — Entende-se muito bem com o companheiro de zaga. Nota 6,5.
Lucas Pires — A única boa jogada foi o passe que deu para o gol anulado. Nota 3.
Fernández — A titularidade desse jogador é incompreensível. Nota 1.
Dodi — É o faz-tudo do time: defende, ataca e quando dá ainda finaliza. Nota 7.
Lucas Lima — Jogou mal. Parece que está cansado, afinal, esta foi sua 19ª partida seguida. Nota 4.
Ângelo — Sem comentários. Nota 0,5.
Deivid — Mal pegou na bola, quando pegou, fez um gol que foi mal anulado. Nota 5.
Mendoza — Nulo. Nota 2.
João Lucas — Não acrescentou nada. Nota 2.
Lucas Barbosa — Idem.
Edcarlos — Fraco. Nota 2.
Bruno Mezenga — Jogou menos de dez minutos e quase fez um gol de cabeça. Nota 4.
Lucas Braga — Uma preguiça só. Nota 0,5.