Galo aprendeu a lição e colhe frutos com Coudet na direção técnica

Por Fábio Sormani

Quando o Atlético-MG perdeu no Nilton Santos (RJ) para o Botafogo por 2-0 no dia 07/05 passado, um domingo, os torcedores atleticanos ficaram enfurecidos com o técnico Eduardo Coudet. Pediram sua demissão. A mídia atleticana fez coro e mesmo jornalistas que não torcem para o Galo usaram do mesmo discurso.

Todos diziam que o treinador argentino só não recebia um bico nos fundilhos por causa da multa rescisória altíssima. Falou-se em R$ 26 milhões. Um absurdo; como é que os dirigentes atleticanos assinaram um contrato desses, se perguntavam.

À época, conversei com Rodrigo Caetano, diretor executivo do Atlético, sobre esse valor e a demissão do Coudet. E ele me disse: “Sormani, primeiro que o valor da multa não é esse. Segundo, que o valor decresce à medida que o tempo passa. E, terceiro, o mais importante, Coudet não será demitido não é por causa da multa, mas sim pela convicção que temos no trabalho dele”.

Depois da derrota para o Botafogo, o Galo terminou aquela quarta rodada do Campeonato Brasileiro na 16ª colocação. Tinha apenas míseros quatro pontos, um a mais que o Flamengo, que era o 17º e abria o Z4.

Naquela mesma conversa que tive com Rodrigo Caetano, ele me falou: “Ano passado mudamos o Turco (Antonio Mohamed) por conta das pressões e não é assim que funciona”. Deixou claro que houve arrependimento na demissão do também treinador argentino.

Hoje, suportando pressão da torcida e de grande parte da mídia, nada foi modificado no Atlético. Cinco jogos depois do revés para os botafoguenses, o time mineiro enfrentou Cuiabá (F), Inter (C), Corinthians (C), Coritiba (F) e Athlético-PR (C). Venceu todos. Marcou 12 gols e sofreu apenas dois. Saldo positivo de dez. Saltou da 16ª posição para a quarta no Brasileiro.

Na Libertadores, é bom lembrar também, naquela época, o Galo estava distante do líder Athlético-PR quatro pontos. Com a vitória desta noite (23/05), de virada, por 2-1 (dois gols do atacante Paulinho, o melhor em campo), encostou na liderança e está apenas um ponto atrás do time paranaense.

“O tempo sempre ajusta os processos”, disse-me Rodrigo Caetano olhando para a recuperação do Galo. “Nem sempre os clubes têm paciência para dar o tempo que os treinadores e jogadores precisam”.

Não só apenas os clubes não têm paciência, Rodrigo, mas os torcedores e a mídia também.


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