Por Fábio Sormani
Meus amigos e minhas amigas. Não comentei neste espaço o caso Pedro. Em outras tribunas, disse que foi inaceitável e condenável o que o preparador físico Pablo Fernández fez com o centrovante do Flamengo. O soco desferido no rosto do jogador não deve fazer parte do mundo civilizado.
Corretamente o Flamengo o demitiu, mas ele era um apêndice da comissão do técnico Jorge Sampaoli, com quem Pedro, diga-se, não mantém bom relacionamento. Tudo porque o camisa 9 entende que vem sofrendo “violência psicológica” por parte do treinador. Confesso que não sei do que ele fala, pois não vivo o dia-a-dia do rubro-negro.
O que eu sei é que ele reclama que joga pouco. Mas os números não indicam isso. Vejam só:
Dorival Júnior — Pedro ficou em campo exatos 2.166 minutos, o que deu uma média de 68 minutos por partida. Foi titular em 22 oportunidades e em dez ficou na reserva.
Vítor Pereira — Pedro jogou cravados 1.350 minutos, o que significou 90 minutos de média por jogo. Foi titular 14 vezes e reserva em apenas uma ocasião.
Jorge Sampaoli — Pedro atuou precisos 1.375 minutos, o que se traduziu em uma média de 69 minutos por peleja disputada. Foi titular em 15 ocasiões e reserva em cinco.
Convenhamos, não há por que reclamar. Mas Pedro reclamou. E acabou acontecendo o que todo mundo está careca de saber: a agressão porque ele se recusou a continuar o aquecimento porque não foi escolhido naquele momento para entrar em campo etc e tal.
Sampaoli não tomou partido de ninguém no episódio da agressão. Isso, pra mim, foi um erro. Ele, como comandante do time, deveria ter se posicionado. Deveria ter repreendido veementemente seu auxiliar e o demitido imediatamente de sua comissão. Mas ele se calou.
Pedro e Sampaoli não conseguem mais conviver no mesmo ambiente. O Flamengo optou pelo treinador. Isso significa que ou Pedro enfia o rabo entre as pernas e volte a trabalhar, ou peça para o clube negociá-lo.
Aí é que entra o motivo deste texto…
Na mira do Benfica
Surgiu na tarde desta quinta-feira (03/08) notícia vinda de Portugal dando conta de que o Benfica estaria interessado em Pedro. A multa para o mercado externo é de € 30 milhões (algo em torno de R$ 160 milhões). Um dinheirão. Se a proposta for feita, duvido, todavia, que seja neste valor. Muito provavelmente o clube português vai oferecer menos. Se passar dos € 14 milhões que foi pago pelo jogador (então atleta da Fiorentina da Itália), e não precisa passar muito além disso, creio que o Flamengo vende o Pedro para o Benfica.
Sonho que morre
Alguns jornalistas noticiaram o interesse do Corinthians pelo jogador. Outros falaram do Palmeiras. E esse assunto, em São Paulo, tomou conta de boa parte dos falatórios nas rodinhas de torcedores desses dois clubes.
Já pensaram Pedro no Corinthians? Ou no Palmeiras? Ah, mas ele não poderia jogar o Brasileiro, alguém alertou. Dane-se que fique treinando até o ano que vem, respondeu uma pessoa. Mas ele pode jogar a Libertadores, interveio outro.
Ok, tudo isso seria possível, mas o que esses jornalistas e torcedores não estavam levando em conta é a rivalidade entre esse trio de time. Vocês acham que o Flamengo venderia o Pedro para o Corinthians ou para o Palmeiras? Nem eu.
Então, minha gente, esqueçam esse assunto de Pedro no Corinthians ou Palmeiras.
A estrada que Pedro percorre neste momento vai se bifurcar logo mais. Um caminho o levará para a Europa, o outro é na verdade um retorno com destino à Gávea. Mas isso só acontecerá se Sampaoli for demitido.
E ele será? Acredito que não. Não tem técnico do nível do Flamengo na praça (Rogério Ceni? Eu discordo) e o time está vivíssimo nas três competições possíveis nesta parte final da temporada: Brasileiro, Copa do Brasil e principalmente Libertadores.
Pedro é importante, mas mais importante do que o Pedro é conquistar a Libertadores. Os jogadores, ao que tudo indica, não escantearam Sampaoli. Continuam ouvindo o treinador. E mais: alguns (leia-se as lideranças) entenderam que Pedro não deveria ter se rebelado com Fernández e nem faltado ao treino da última segunda-feira alegando ter ido ao dentista.
Ao fazer isso, ele perdeu espaço com os jogadores. E sem moral com o grupo acho que o caminho que leva à Europa deverá ser trilhado por Pedro. Via Dutra? Já disse, esqueçam isso.