Por Fábio Sormani

Mais uma derrota, a oitava fora de casa. A campanha do Santos como visitante é lamentável. Só não é pior do que a do lanterninha América, que não venceu ninguém. A derrota para o Atlético (2-0) neste domingo (27/08) na inauguração de sua nova casa, a MRV Arena, foi mais uma amostra da precariedade santista quando aparece como forasteiro.

Não sei se você sabe, o Santos em dez jogos fora de casa ganhou apenas um (Vasco), empatou um (Coritiba) e foi batido nas outras oito partidas. É o time que menos marcou como viajante: apenas míseros três gols nesta dezena de partidas. O rabeira América, por exemplo, fez 11.

O Santos é um time completamente sem personalidade quando atua longe da Vila Belmiro. É uma equipe medrosa, sem caráter, um bando de cagões, se você preferir. Não assusta ninguém. Quando alguém se depara com o Santos em casa, rapidamente computa três pontos. Barbada.

Dizem que 45 é o número mágico para um time escapar do rebaixamento. Eu acho que a nota de corte será menor neste ano. Acho que com 40 pontos escapa. Como eu não sou um especialista no assunto, vamos considerar os 45 que os estudiosos indicam.

No momento o Santos tem só 21 pontos. Precisa, pois, de mais 24 para chegar aos 45. Vamos ver o que a tabela reserva ao clube até a 38ª e derradeira rodada.

Como mandante o Santos jogará na sequência contra Cruzeiro, Vasco, Bragantino, Coritiba, Cuiabá, São Paulo, Fluminense e Fortaleza. Dessas oito partidas, eu calculei, o time vai fazer 18 pontos em 24 possíveis. Tem que ganhar os próximos cinco jogos como anfitrião: Cruzeiro, Vasco, Bragantino, Coritiba e Cuiabá. Diante de São Paulo, Fluminense e Fortaleza eu computei apenas empates. Mas, vale lembrar, assim como o América o São Paulo também não venceu como visitante. Mas é bom lembrar que quando esse jogo chegar o Tricolor já terá terminado sua participação na Copa do Brasil e Sul-Americana, o que tem feito o time do Morumbi poupar jogadores, como ocorreu na derrota para o América neste domingo (2-1). Vamos, pois, ficar mesmo com o empate. E os 18 pontos. Sendo assim, o Santos bateria nos 39.

Ficariam faltando mais seis pontos para chegar aos 45. Eles têm, então, que vir fora de casa.

A tabela reserva ao time do técnico Diego Aguirre, ou melhor, do presidente Andrés Rueda, pois ele é o responsável por essa calamidade; a tabela reserva, eu dizia, nove partidas como visitante. A saber: América, Bahia, Palmeiras, Inter, Corinthians, Flamengo, Goiás, Botafogo e Athlético-PR.

Não imagino ponto algum diante de Palmeiras, Corinthians e Flamengo. Se o time beliscar um pontinho nas demais conquistará os necessários seis pontos. O Santos não pode perder do América, Bahia, Inter, Goiás, Botafogo (computo empate porque quando esse jogo chegar talvez os cariocas já tenham conquistado o título) e Athlético (o Santos sempre joga bem em Curitiba diante do Furacão).

Isso tudo, porém, é teoria. O que o campo nos mostra não nos dá qualquer certeza de que isso vá ocorrer. Mas se ocorrer o Santos escapa do rebaixamento.

Teria, em 17 partidas, que conquistar 24 pontos; duas dúzias de pontos em 51 possíveis. Ou seja, um aproveitamento de 47%. Não é nada de outro mundo, convenhamos. Seria uma campanha com cinco vitórias, nove empates e três derrotas. Mas aí é que mora o problema: ser derrotado só três vezes. O time já foi batido, neste campeonato, em 21 jogos disputados, em dez oportunidades; dez! Repito: teria que, nos próximos 17, perder apenas três. E não se esqueçam que, deles, nove são fora de casa.

Difícil; sim, é difícil.

A esperança é que o time consiga reprisar mais vezes a segunda metade do primeiro tempo diante do Galo, quando teve a oportunidade de empatar a partida, mas não conseguiu porque Marcos Leonardo perdeu três ótimas chances, sendo que uma delas quase que dentro da pequena área, sozinho, sem ninguém a interferir no seu arremate. Se esse desempenho dessa segunda metade do tempo inicial contra os mineiros se repetir mais vezes, dá para ter esperanças.

É nela que eu me agarro.