Por Fábio Sormani

Tite disse ontem (17/01) após a vitória do Flamengo diante do Audax por 4-0 que no momento o Campeonato Carioca é mais forte que o Campeonato Paulista. Mas não é mesmo. Falou da boca para fora, para agradar o povo que o acolhe no momento e o time que o emprega.

Somando-se as séries A e B do Campeonato Brasileiro (os dois mais fortes do país) temos 40 equipes. Dessas, onze estão em São Paulo. Apenas quatro estão no Rio.

Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Red Bull Bragantino, Santos, Ituano, Botafogo-RP, Mirassol, Novorizontino, Guarani e Ponte Preta são os times paulistas que se espalham nas duas principais séries do Brasil (os quatro primeiros estão na Série A enquanto que os demais se encaixam na B).

Em contra-partida, só Fluminense, Flamengo, Botafogo e Vasco jogam estas duas séries.

Só esse argumento derruba a tese do treinador do Flamengo. É uma questão de silogismo: se o Campeonato Paulista tem onze times nas séries A e B do Brasileirão e o Carioca tem apenas quatro, logo o Paulista é mais forte do que o Carioca.

Simples assim.

O Rio tem hoje o campeão da Libertadores, o Fluminense, mas São Paulo responde com o atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil, Palmeiras e São Paulo. O título do Fluminense é o mais expressivo, mas é o mais difícil, aquele que de fato se apura o melhor de todos? Não é. Esse campeonato é o Brasileiro.

Também é verdade que o Fluminense abandonou o Brasileiro por conta da Libertadores. Mas aí é problema dele: abandonou porque quis. Além disso, não há garantia alguma de que se ele entrasse para valer no Brasileiro seria campeão. O fato é que o Palmeiras é.

Se tivesse dito que um quadrangular no Rio, com Fluminense, Flamengo, Botafogo e Vasco seria mais forte do que um quadrangular paulista, com Palmeiras, São Paulo, Corinthians e Red Bull, poderia até haver uma boa discussão. Mas ao final dela todos chegariam à mesma conclusão: o quadrangular paulista é mais forte que o carioca. E notem que o Santos poderia estar neste quadrangular, mas como está na B, deixei de fora.

Tite falou bobagem. Ele sabe disso. Falou, como disse, para agradar seu habitat. Poderia ter valorizado seu produto de outro maneira. Mas escolheu a mais risível possível.