Por Fábio Sormani

O torcedor santista segue feliz. Ontem (07/01) foi dormir com sorriso de orelha a orelha. Afinal o Santos bateu o Corinthians por 1-0 na Vila Belmiro e além de ter vencido seu maior rival, manteve-se na ponta geral do Campeonato Paulista, agora com 15 pontos em 18 possíveis.

O aproveitamento é de 83%. Só não é de 100% porque foi dobrado pelo Palmeiras (1-2) na terceira rodada do campeonato — jogo, diga-se, que ele poderia ter conseguido um empate se tivesse sido um pouco mais corajoso. Não deu, mas ninguém reclamou — afinal, era a terceira rodada e o time (assim como ocorre hoje) ainda estava se conhecendo e buscando entrosamento.

O Santos tem pra onde crescer, isso é notório. Os setores estão se azeitando. Mas pode melhorar, especialmente se quiser pensar em algo grandioso nesse campeonato, como chegar à final e ser campeão. Para que isso ocorra, alguns jogadores precisam de um lustre, pois mostram futebol opaco se comparado com o restante do time.

A falta de um atacante centralizado é claríssima. Furch não pegou no breu; Willian do Bigode também não; e Morelos ainda está completamente fora de ritmo de jogo, sem contar que estou com a pulga atrás da orelha em relação ao colombiano, confesso. Esperava muito mais dele, pois quando jogou na Europa (na Escócia, é verdade, que é periferia) o fez de maneira significativa.

Mas para que Morelos possa de fato ser avaliado ele precisa jogar. E jogar significa ter a confiança do treinador que vai escalá-lo como titular e dar chance para ele. Esse negócio de entrar apenas durante o jogo não é bom, nem pra ele e nem para o time.

Os jogadores de beirada ainda seguem devendo. Quem mais teve oportunidade foi Guilherme, que parece ser o queridinho do treinador. À exceção da partida contra o Guarani, quando marcou os dois gols da vitória por 2-0, as demais ele se mostrou bem tímido. Mas rendeu mais que Pedrinho e Marcelinho (mas Marcelinho, convenhamos, não teve grandes chances).

Esse é um problema que o Santos tem: jogadores agudos de beirada. Quem melhor se saiu até o momento no setor foi Otero. Mas o venezuelano não é jogador de velocidade, de drible longo, de chegar ao fundo. Seu talento dá-se nas jogadas de aproximação, dribles curtos, infiltrações pelo meio. Não é um ponta, como no meu tempo era chamado o atual jogador de beirada.

É preciso resolver esses problemas, pois eles se localizam no ataque. E é o ataque que te leva às vitórias e são as vitórias que te levam às fases agudas dos torneios e aos títulos.

Nas demais posições eu me sinto sossegado. E sobre elas falaremos brevemente.