Por Fábio Sormani

O Brasil perdeu para a Argentina por 1-0 e está fora dos Jogos Olímpicos de Paris, que serão disputados em julho próximo. Criticar o presidente Ednaldo Rodrigues é o caminho mais fácil para se analisar a debacle. Malhar o técnico Ramón Menezes vai no mesmo viés.

Eles não entram em campo.

A seleção brasileira teve tudo do bom e do melhor para garantir uma vaga para os Jogos de Paris. O técnico não era o ideal? Pode não ter sido, mas, insisto, ele não entra em campo.

Quando o Brasil conquistou sua primeira medalha olímpica, em 2016, o treinador era Rogério Micale. Quando amealhou o bi, em 2020, o comandante era André Jardine. Nenhum dos dois uma sumidade na profissão.

Os presidentes medalhistas de ouro foram Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo, ambos destituídos do cargo por corrupção e assédio, respectivamente falando.

Ou seja: o Brasil sempre foi dirigido, dentro e fora de campo, por figuras obscenas. Mesmo assim ganhou dois ouros olímpicos, como ganhou cinco copas do mundo.

Por que não ganhará este ano? Porque não se classificou para os Jogos. E por que não se classificou? Porque os nossos jogadores não são dignos de nossas expectativas.

Nossa maior estrela, o atacante Endrick, do Palmeiras, falhou. Foi até substituído. Poderia ter ficado? Poderia — eu não teria mexido em nossa maior estrela, pois a qualquer momento ela poderia brilhar. Mas enquanto no campo esteve pouco fez, é bom dizer.

John Kennedy, nossa outra esperança, no banco começou. Não deveria? Talvez não, mas em campo ele entrou quando estava 0-0 e nada fez.

Infelizmente, nossos jogadores não são confiáveis. Quando a decepção vem, criticar cartolas e treinadores é fácil. Criticar nossos jogadores é um tabu que só cairá quando deixarmos de ser passionais e assumirmos nosso papel ao invés de negá-lo escolhendo o caminho da aceitação pela medíocre opinião popular, que nos leva a fazer média ao invés de sermos críticos e contribuintes.