Por Fábio Sormani
O Santos deu um passo importante para conquistar o título do Campeonato Paulista. Venceu o Palmeiras por 1-0 neste domingo (31/03) numa Vila Belmiro entupida por 15.946 torcedores que pagaram ingressos e proporcionaram uma renda de R$ 1.075.300,00. Foi um grande passo? Não sei dimensionar; mas que foi importante, isso foi.
Todavia, esse Palmeiras é um time acostumado a títulos e vitórias. E a remontadas, ou reviravolta, se você preferir. Esse Palmeiras do técnico Abel Ferreira sabe sair de situações difíceis para surpreender e ficar no cume da montanha. Esse é o seu caráter.
De todo o modo, um passo importante foi dado pelo Santos. Ele tem a vantagem. O Palmeiras é quem tem que correr atrás da remontada.
Mas isso não parece ser problema para esse Palmeiras. Há dois anos, por exemplo, o São Paulo abriu uma vantagem maior do que essa do Santos (fez 3-1 no Morumbi), mas sucumbiu no Alianz e perdeu o título após ser goleado por 4-0. Isso pode acontecer novamente? Pode, mas eu acho difícil; acho difícil a goleada, não a reviravolta.
O Santos de hoje é treinado por Fábio Carille, um técnico que tem como aptidão montar defesas, não retrancas. Uma coisa é saber apenas se defender; outra é se defender e saber igualmente atacar.
O Santos do primeiro tempo contra o Palmeiras foi um time extremamente ofensivo. Envolveu o adversário, criou suas chances e não deixou-o passar do meio-campo. Soube o que fazer com a bola sob domínio. Finalizou nada menos do que em onze oportunidades. Ou seja: a cada quatro minutos chutava contra o gol de Weverton.
No segundo tempo, depois de abrir logo de cara 1-0 (quatro minutos) com um tento de Otero, recuou estrategicamente para proteger o resultado e tentar amplia-lo nos contragolpes. A proteção foi feita (João Paulo fez defesas importantes, mas ele faz parte do paredão defensivo), mas os contra-ataques não sairam. Por isso o jogo ficou no 1-0.
O Palmeiras é forte demais. Mas esse Santos é igualmente parrudo. O Palmeiras segue sendo favorito, mas terá que se desdobrar para bater esse adversário que está unido demais e embuído de um espírito vencedor que há muito não se via nas plagas belmirilandias.
Dá pra sonhar com o título; ô se dá.