Por Fábio Sormani

O Santos chegou à final do Campeonato Paulista. Chegou depois de três anos de humilhação nas mãos do agourento Andrés Rueda, cuja administração foi a mas caótica da história gloriosa do Santos, culminando com o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.

O Santos chegou à final do Campeonato Paulista depois de despachar o Bragantino por incontestáveis 3-1, que poderiam ter sido quatro ou cinco se as chances criadas em contra-ataques tivessem sido aproveitadas. Chega à decisão do título encorpado por conta de seu desempenho geral na competição.

O Santos chegou à final do Campeonato Paulista por conta do trabalho quase que irretocável do presidente Marcelo Teixeira, que pegou um clube destruído dentro e fora de campo. Com seu tino administrativo, com sua dedicação e com as bênçãos dos céus que sempre o protegem, MT mudou o Santos completamente. Soube escolher o treinador (que eu, confesso, a princípio, tinha muitas ressalvas) ao buscar Fábio Carille no Japão e ao lado dele construiu esse elenco que orgulha o torcedor, não apenas pelos resultados, mas também pela dedicação com que joga, com que disputa cada jogada, com que encara o sua missão.

O Santos chegou à final do Campeonato Paulista capitaneado por Carille que comanda um grupo orgulha seu sofrido torcedor. Ninguém se esconde. Nem o treinador nas entrevistas coletivas — principalmente — e nem quando tem que se debruçar na prancheta a estudar não apenas o próprio Santos, mas também os adversários.

E o Santos chegou à final do Campeonato Paulista também por causa de sua fantástica torcida. Ontem (27/03) foram quase 45 mil torcedores na Neo Química Arena (44.804 pagantes e renda de R$ 3.042.965,00) a empurrar o time do começo ao fim do jogo, pulsando nas arquibancadas no mesmo ritmo frenético do time em campo. MT disse depois do jogo que a preferência é voltar à Neo Química Arena para fazer seu jogo como mandante. Que o Corinthians seja generoso uma vez mais e ceda seu belíssimo estádio ao Santos.

Domingo tem o primeiro jogo da final. O adversário será conhecido esta noite: ou Palmeiras (o grande favorito) ou o Novorizontino (a grande zebra). É futebol, tudo pode acontecer. Seja A ou seja B, o Santos tem que continuar se comportando como vem se comportando na competição: humilde, trabalhador e obstinado. Se assim o for, terá chances de ser campeão depois de oito anos.

Quem diria!